Angariar capital é fundamental para uma startup em fase de arranque (o chamado “early stage” em inglês). Uma forma de fazer isto é através de Sociedades de Capital de Risco (SCR) ou VC (Venture Capital) que são sociedades anónimas que fornecem apoio financeiro a empresas com potencial de crescimento e boas ideias de negócio em troca de uma participação minoritária.
Se a startup falhar, não há obrigação de reembolsar os investidores de capital de risco. Isto é um dos fatores que torna o capital via Venture Capital uma mais-valia para startups. No entanto, não é fácil atrair o interesse de uma VC, com estas organizações a receberem mais de 1000 propostas todos os anos, segundo dados compilados pela MarketSplash.
Para assegurar investimento e diferenciar uma empresa da competição, é essencial ter um modelo de negócio claro, com uma proposta de valor inovadora e uma equipa bem organizada. Ter um protótipo do serviço ou produto que se quer oferecer, é outra mais-valia. Neste artigo detalhamos como uma empresa se deve preparar:
1 – Comece com bootstraping
Antes de procurar financiamento via Venture Capital, devem-se considerar outras formas de financiamento iniciais. Uma empresa tem mais sucesso em obter apoio de uma VC se já reunir algumas provas de sucesso e estudos de mercado que podem ser financiados via bootstraping ou crowdsourcing.
Diz-se que uma startup recorre a bootstrapping (apertar as botas, em português) quando não existe financiamento externo e a startup depende das finanças pessoais dos fundadores ou das receitas operacionais. Já o crowdfunding (financiamento coletivo ou colaborativo) é a utilização de pequenos montantes de capital de um grande número de indivíduos para financiar projetos.
Estas formas de financiamento são importantes na fase de pre-seed (“pré-semente”, em português) que é a fase de planeamento de uma startup.
Artigo relacionado: Como obter financiamento para startups em Portugal
Deve-se procurar apoio de uma VC quando já existe uma ideia concreta do produto ou serviço que se está a desenvolver e do mercado em que se vai operar. Por norma, o apoio de uma VC chega quando é lançado o MVP (inglês para “produto mínimo viável”) que é uma versão mais simples de um produto ou serviço que a startup quer oferecer para perceber o interesse real junto dos consumidores.
2 – Procurar a Venture Capital adequada
Na altura de submeter uma candidatura a uma capital de risco, convém procurar a SCR certa. É importante pesquisar as VC que estão ativas no setor em que se quer atuar, visto que empresas estarão mais disponíveis para investir e poderão ajudar com conhecimento especializado.
3 – Identificar a sua proposta de valor
Deve-se identificar claramente o que há de inovador no produto ou serviço que se está a oferecer. Isto inclui explicar o problema que a empresa resolve, a lacuna no mercado que está a preencher e o que a torna diferente de outras firmas do género.
O pitch deck (apresentação)de qualquer empresadeve identificar claramente a proposta de valor da empresa, o mercado-alvo, a equipa de gestão e a estratégia de crescimento. Também é importante destacar como os recursos de uma Venture Capital serão aplicados de modo a impulsionar o crescimento de uma empresa.
4 – Plano de negócios sólido
É importante apresentar um plano de negócios abrangente que inclua uma visão clara de curto e de longo prazo sobre a empresa, bem como projeções financeiras realistas e um plano de execução.
5 – Pense no valor da empresa
Dentro da área da contabilidade e dos negócios, o valor de uma empresa é vital para os investidores. O processo de valuation (avaliação, em português) permite estimar o valor de um ativo quando ele é transacionado.
Para empresas em fase de arranque que ainda não geram receita constante, pode-se apresentar uma estimativa com base na idade da empresa, o número de utilizadores, e as projeções de receitas.
6 – Medir e registar tudo
Os investidores gostam de ter acesso a informação concreta sobre o interesse que um produto ou serviço gera. Por isso, é imperativo registar todos os detalhes (métricas de utilização, dados de questionários, custo de produção) para apresentar uma proposta mais convincente aos investidores na hora de angariar capital.
Artigo relacionado: 7 dicas para criar uma startup de sucesso em Portugal
A informação também pode incluir métricas de crescimento, parcerias estratégicas e prémios recebidos. Toda esta informação ajuda a criar uma imagem de uma empresa robusta e de confiança.
7 – Espere “due diligence”
Após identificar uma empresa interessante, por norma uma SCR conduz uma análise aprofundada, conhecida como “due diligence” (verificação prévia, em português). Este processo tem como objetivo avaliar a viabilidade do investimento. A empresa deve estar preparada e preparada para falar sobre detalhes financeiros, legais e operacionais. Deve-se pensar sobre possíveis bloqueios que podem surgir e como estes podem ser ultrapassados.
8 – Analise a oferta recebida
Se uma VC fizer uma proposta, não se deve aceitar imediatamente. É importante contactar um mentor ou conselheiros para avaliar se o valor é justo e se pode ser negociado.
Sobre a Lince Capital
A Lince Capital é uma Sociedade de Capital de Risco independente que conta com mais de três décadas de experiência na gestão de fundos de investimento em múltiplas áreas de negócios. Antes de ser tomada qualquer decisão de investimento, a Lince Capital realiza estudos de forma a conhecer com todo o detalhe a empresa e estudar a sua viabilidade e modelos de financiamento necessários para o seu desenvolvimento e crescimento. Conheça o nosso portfólio de investimentos.